Uma decisão tomada após a recusa de 90% dos médicos do serviço em fazer horas extraordinárias.
O Centro Hospitalar de Gaia/Espinho teve de reduzir em quase metade a capacidade de internamento em cuidados intensivos. Das 28 camas disponíveis em cuidados intensivos no Hospital de Gaia, apenas estão disponíveis 16. Uma redução a que a administração do Centro Hospitalar se viu obrigada depois de 90% dos médicos terem apresentado recusa de disponibilidade às horas extraordinárias.
Em declarações ao JN, a direção do hospital admite que os constrangimentos são “evidentes e estendem-se também ao serviço de urgência na área da ortopedia […] há capacidade para receber doentes, mas entre a meia noite e as oito da manhã de sexta-feira só vai estar um médico disponível ao serviço, situação que leva o hospital a admitir o cenário de desvio de doentes”.
Há ainda relatos de falhas noutras especialidades, como é o caso da Anestesiologia, onde 70% dos médicos terão apresentado minuta de indisponibilidade para horas extra, de Obstetrícia, onde 50% da equipa também apresentou recusas, e da Cirurgia, com 75% dos médicos indisponíveis.
O Centro Hospitalar refere que apesar das escusas recebidas até à data, ainda não há constrangimentos a assinalar no que respeita à atividade diária e que continua empenhado “em procurar soluções que garantam a resposta assistencial a todos os utentes”.