A Páscoa corresponde a um período de reflexão no calendário cristão. Sem nos prendermos no significado religioso da data, vamos dizer que é uma forma de tornar inteligível esta fase de fim de inverno e anúncio da primavera, propondo-se um renascimento, um novo ciclo de vida. As vivências do passado devem abrir caminho ao planeamento de um futuro melhor.
Só por curiosidade, procurei na internet o número de pessoas que existem no planeta em tempo real. Enquanto escrevo olho para o site «wordOmeter» e o número é 8.099.428.755. Sempre a crescer. Há 50 anos atrás era menos de metade deste número. Portugal tinha em 1974 9.992.000, e agora 10.300.000. Não crescemos muito, mas esta conclusão não se aplica ao resto do mundo.
O envelhecimento da população e a «pirâmide invertida» não são para a Europa Ocidental. São outros países noutros continentes que estão a fazer a diferença no rejuvenescimento da população humana. Contudo, na área metropolitana do Porto temos perdido população. Os censos do INE indicavam em 2021 o nº 1.737.395 e, em 2014, o nº 1.750.000.
Ou seja, o caso português, como outros, não são o exemplo deste rejuvenescimento populacional no planeta. O planeta esvazia-se, esvazia-se em alguns pontos e que fluem para outros pontos, e noutros casos cresce de forma exponencial. A preponderância do urbano e do litoral em termos de aglomeração são uma tendência mundial.
Já repararam que, de um modo ou de outro, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU remetem sempre para a população e para números de população? O objetivo «cidades e comunidades sustentáveis» obriga ao repensar urgente dos usos de recursos naturais e sobre os impactos da presença humana nos recursos naturais. Os números globais impelem à mudança. Tanta gente em tão poucos sítios é inviável, especialmente se as economias forem imaturas e atenderem apenas a indicadores de crescimento económico.
Artigo Opinião: José Morais, coordenador e professor ISPGAYA.