Nós os portugueses nunca imaginámos que iriamos ter problemas com a falta de água no território dos nossos vizinhos da Península Ibérica. Normalmente tínhamos problemas com o excesso de água da vizinhança, que face à impossibilidade de gestão dos caudais do rio Tejo, do rio Douro ou do rio Guadiana, pura e simplesmente abrem totalmente ou fecham totalmente as barragens, e quem está a jusante que lide com estas decisões.
Esta coisa do aquecimento global, ainda um mito para alguma da opinião pública, está a acelerar um fenómeno que há vinte anos atrás era pura ficção. Falamos das tensões geradas pela gestão da água, assumida como o elemento principal e absolutamente determinante da vida humana, incluíndo a agricultura e a produção animal ou simplesmente tomar um duche depois de um suado dia de trabalho.
Sem água, nada feito. Assim, é bem essencial que está já a ser cobiçado por controlo nacional e internacional. Quem gere a água tem um poder crescente, nunca visto, e pode enveredar por relações de força, com diferentes opções de argumentação em eventuais negociações (vendas).
Aumentar 1,5 graus nas temperaturas médias tem consequências para ursos polares e pinguins, mas à nossa porta tem a consequência de chover onde não é preciso e de não chover onde é preciso. Soluções: transvase de reservas para os nossos «hermanos».
Diz o ditado português que «a água não nega a ninguém», só que para a dar (ou vender) temos que a ter. O sul está a seco. Já estará a saque?
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ONU) remetem todos, tácita ou indiretamente para a água e para a sua gestão.
Artigo Opinião: José Morais – Professor Coordenador ISPGAYA