• Ter. Mai 13th, 2025

Sustentabilidade em Instituições de Ensino Superior: como pregar um parafuso? 

ByMItv

Dez 20, 2023

Vamos dizer que a maioria de instituições de ensino superior (IES) já existiam antes do discurso corrente relacionado à sustentabilidade. É um facto. A tarefa que estas organizações têm em mãos é a de se certificarem ambientalmente recorrendo à ISO 14001. Mas o desafio é muito mais vasto, dado que às IES são solicitadas, atualmente, evidências de sustentabilidade ambiental, social e financeira. 

O que isto quer dizer na prática é que não basta realizar-se uma abordagem da gestão das instituições na perspetiva de um «mútuo benefício» entre poupança em consumo de energia, pois se recorre de modo incremental por exemplo a tecnologia LED, ou a painéis solares. Nesta perspetiva vamos associar a redução de consumo de recursos naturais diversos a poupança por redução de gastos e poupança por menor dano ambiental. A inovação na direção da sustentabilidade não é apenas a inovação técnica. A inovação deve ser socio-económico-técnica.  

É na gestão das organizações que a inovação se deve situar. Recentemente, o conjunto de publicações científicas produzidas a nível mundial davam conta, por um lado, do papel determinante que as IES desempenham enquanto catalisadores e disseminadores da «sustentabilidade». Mas a mesma produção científica dá conta de soluções de sustentabilidade avulsas, ou seja, «bolt on» (aparafusadas em orifícios de pregos, ou pregadas em orifícios próprios para parafusos) e não «built in», ou seja, programadas e prosseguidas de forma estruturada e continuada. As soluções de sustentabilidade carecem de uma visão integrada, onde todo o sistema de gestão seja encarado como um sistema integrado de gestão da qualidade e ambiente.  

A circularidade a que a sustentabilidade se associa carece de planeamento gestionário em que a reciclagem e separação de resíduos implica que toda a comunidade educativa, para além da comunidade escolar, está envolvida em atividades (solidárias, científicas, de sensibilização numa comunidade de parceiros), e em oferta formativa (interna e externa) dirigida pelos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. 

A estratégia de gestão «total» deve ser não só alinhada, mas redefinida pela sustentabilidade. Os planos de sustentabilidade devem ser a raiz da gestão. É uma questão de confiança e de saber inspirar o futuro. 

Artigo Opinião: José Morais 

By MItv

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *