Falta um dia para o nascimento do anunciador de um novo mundo e de uma nova humanidade. Eu sei que para algumas pessoas a data é aborrecida, mas sou atraído para o pensamento, inevitavelmente, sempre que se anuncia uma novidade, neste caso trata-se da Navidad.
Há alguns anos atrás, mais de um quarto de século, e quando comecei a lecionar no ensino superior, estava muito em voga o questionamento do que se entende por pós-modernidade. Resumindo, o conceito refere-se a uma humanidade que não é dominada pelo paradigma de ciência racional/experimental e em que a mesma linguagem científica é partilhada pelas ciências sociais e pelas ciências naturais, e, mais ainda, a linguagem científica é partilhada por todos de forma que se confunde com o senso comum.
Não entramos nessa fase, certamente, mas julgo que perdemos uma janela de oportunidade se perdermos a boleia do tema da sustentabilidade como preocupação global. Existirá melhor tema para o discurso científico ser unificado com o senso-comum, ou seja, conclusões científicas acerca da viabilidade do planeta serem incorporadas no discurso e prática quotidiana. Existirá melhor temática para unificar a humanidade em torno de objetivos comuns, partilhando-se ideias sobre desenvolvimento? Será esta a oportunidade para regressar a saberes antigos, pré-científicos, que exploraram durante milhares de anos a questão da unificação entre o ser humano com o planeta e com o universo? Nem tudo são sombras, nas palavras de Platão, nestes saberes, e devemos aprender com eles.
Boas festas e um fantástico ano de 2024!
Artigo Opinião: José Morais